Homem usava drogas no momento em que incêndio começou em pousada no DF, diz polícia; duas pessoas morreram
03/05/2024
(Foto: Reprodução) Homem de 45 anos informou que deixou isqueiro em cima da cama e foi para quarto do vizinho, aponta boletim registrado pela Polícia Civil. Local havia sido interditado em 2017. Imagem mostra janela de pousada que pegou fogo
TV Globo/Reprodução
O suspeito de causar o incêndio em uma pousada onde duas pessoas morreram na Asa Sul, em Brasília, estava usando crack no quarto, segundo ocorrência registrada na 1ª Delegacia de Polícia. O incêndio foi na madrugada desta sexta-feira (3).
A Polícia Civil identificou Ronaldo Aparecido Barbosa, de 56 anos, e Renato de Melo Miller, de 36 anos, como as duas vítimas que estavam hospedadas na pousada.
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Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, suspeito de provocar o incêndio tem 45 ano e contou que usava droga no quarto, deixou o isqueiro em cima da cama, e foi para o quarto do vizinho. Depois, ele disse que um outro morador foi avisá-lo que o seu quarto estava pegando fogo.
A pousada havia sido interditada em 2017. O responsável pelo local também responde a um processo administrativo no DF Legal e foi intimado a apresentar defesa em 2022.
A TV Globo tentou contato com a mulher apontada pelos moradores como quem recebe o pagamento pelo aluguel dos quartos, mas a reportagem foi informada de que ela não estava.
Atividades de pousada são proibidas em toda a área tombada de Brasília. Os imóveis da W3 Sul, onde ocorreu o incêndio com duas mortes, devem ser destinados para residências unifamiliares – ou seja, de uma única família. Em 2009, as pousadas da W3 foram fechadas pela fiscalização, mas logo voltaram a funcionar.
Homicídio e incêndio culposo
À TV Globo, o delegado Antônio Dimitrov afirmou que o caso é investigado como homicídio e incêndio culposo, ou seja, quando não há intenção dos crimes. De acordo com a ocorrência policial, um policial militar compareceu à delegacia informando que havia sido acionado porque "um indivíduo desconhecido estaria drogado e ateando fogo" em uma "pensão com vários quartos".
"O PM foi informado que um indivíduo desconhecido estaria ateando fogo. Chegando lá, visualizou equipes do Corpo de Bombeiros fazendo o controle do incêndio", diz a ocorrência.
Inicialmente, os militares apontaram que o suspeito havia relatado que a causa do incêndio foi um aparelho celular, que teria pegado fogo em cima do colchão. O homem ainda estava na pousada quando as equipes da PMDF chegaram.
Vítimas
Imagem mostra pousada e bombeiros após incêndio
TV Globo/Reprodução
Os dois homens que morreram foram identificados na tarde desta segunda (3) pela Polícia Civil. São eles Ronaldo Aparecido Barbosa, de 56 anos, e Renato de Melo Miller, de 36 anos. Segundo os bombeiros, as vítimas estavam no primeiro piso, em dois banheiros distintos, um bem próximo da janela e outro mais na retaguarda.
"A possibilidade é de que a produção de fumaça deve ter os colocado em estado de pânico e, por isso, se confundiram e não conseguiram sair da edificação", diz o Corpo de Bombeiros.
O major Marcelo Abreu Afonso diz que dentro dos quartos havia material inflamável que ajudou a espalhar o fogo mais rapidamente.
"O cenário é de ocorrência ainda em andamento, não descartamos a possibilidade de encontrar várias vítimas, pois são várias unidades habitacionais. Portas de madeira, forro de madeira, temos uma carga de material combustível muito grande neste local", diz o militar.
O Corpo de Bombeiros informou que a perícia tem um prazo de 30 dias para apontar as causas do incêndio.
O prédio na W3
Duas pessoas morrem em incêndio em pousada na Asa Sul, em Brasília
Segundo os bombeiros, o incêndio começou no subsolo da pousada, mas os três andares do edifício foram tomados por muita fumaça. No primeiro andar, os bombeiros encontraram os corpos das duas pessoas que não conseguiram sair a tempo.
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, a pousada tem pelo menos 30 quartos e estava com mais de 20 moradores e hóspedes. Um dos moradores afirma ter visto o que ele acredita ser o começo do incêndio, em um quarto no subsolo (veja vídeo acima).
"Eu estava no meu quarto, praticamente dormindo. Escutei o pessoal gritando, liguei a luz do quarto e vi a fumaça preta. O rapaz tentando apagar o fogo estava na cama, mas não estava conseguindo. Meu quarto está com tudo lá. Tirei só minha bolsa com os meus documentos", diz Júnior Rodrigues.
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